segunda-feira, 7 de maio de 2012

O caminho da competência


Há algumas semanas iniciei um curso sobre “Transtornos e Dificuldades de Aprendizagem” e, entre tantas informações fantásticas, uma em especial insiste em não sair da minha cabeça. A fala em questão foi da professora que ministrava a aula inaugural do curso, Dra. Adriana Costa, Fonoaudióloga e Psicopedagoga, que explanava sobre o caminho da competência. A professora relatou que, segundo estudos, para dominar uma competência, isto é, para atingir a excelência, são indispensáveis três requisitos: muito tempo, apoio e compromisso sustentado com a tarefa. Na sequência ela detalhou cada um desses requisitos: muito tempo significa um domínio de dez anos (vale lembrar que estes três requisitos referem-se a qualquer área do conhecimento);  apoio refere-se aos facilitadores deste estudo podendo ser pais, professores, tutores ou orientadores; compromisso sustentado com a tarefa quer dizer que o aprendiz deve comprometer-se com a atividade buscando alcançar a melhor execução possível, o aprendiz deve ser sujeito participante ativo de sua aprendizagem.
Por que essas informações não saem da minha cabeça? Porque elas encaixam-se perfeitamente no cenário atual da Dança do Ventre. Relacionando esse estudo com a dança podemos concluir que para uma bailarina ser competente, ou seja, atingir a excelência, é necessário ter boas professoras, muito tempo de estudo e compromisso com sua aprendizagem. Estudo significa ler, pesquisar, fazer aulas, cursos, não somente receber informações, mas apropriar-se delas transformando-as em conhecimento. Compromisso significa dedicação, suor, energia naquilo que se faz. Boa professora é um conceito difícil de definir, mas gosto de uma citação de João Guimarães Rosa que pode suscitar nas leitoras algumas reflexões para ajudar na sua própria construção da definição:
“Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”.
Em síntese, não existe fórmula mágica para alcançar a excelência (por mais que muitos estabelecimentos erroneamente denominados “escolas” tentem vendê-la). O que existe é um caminho árduo que exige determinação, energia, supervisão e atenção por parte das bailarinas. A maioria desiste antes de chegar na metade do caminho (quantas bailarinas você conhece com mais de dez anos de experiência?), mas as que persistem na caminhada encontram o seu lugar ao sol e entendem que, na verdade, a caminhada mal começou.

Seher Azah

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