Dia 24 de agosto de 2011 eu dancei no III Brasil em Dança, realizado em Porto Alegre no Teatro do CIEE, na categoria Folclore de Imigração, Solo Feminino Adulto. Alcancei o 3º lugar, pois minha média foi 8,75 e havia outra candidata que recebeu média 8,755 e que, portanto e merecidamente, ficou com o 2º lugar.
Ao verificar as fichas de avaliação dos jurados percebi que eu possuía somente TRÊS fichas, diferente de todos os demais participantes do festival que possuíam QUATRO fichas. Minhas notas foram 8, 9 e 10, o que me renderia uma média 9, que consequentemente me levaria ao 1º lugar.
Procurei a coordenação do evento que me informou que não recebi a quarta ficha de avaliação porque o jurado em questão chegou atrasado ao evento e não conseguiu assistir minha apresentação. Então questionei de onde saiu a média 8,75. A pessoa que me atendeu disse que nestes casos repete-se a maior nota, ou seja, a nota 10. Matematicamente não fechava com a média que recebi, por isso procurei outra pessoa, a qual disse que nestes casos repete-se a menor nota, ou seja, a nota 8, e enfim chegamos aos 8,75. Esta mesma pessoa garantiu que tal norma constava no regulamento do festival. Conformada com as explicações, voltei para minha casa.
No dia seguinte li atentamente o regulamento e constatei que nada existia sobre tal regra. Voltei ao Teatro do CIEE às 17h e solicitei falar com a diretora do evento. Fui informada que ela só poderia me atender depois das 18h30min e às 19h fui atendida. A diretora do III Brasil em Dança mudou o discurso dizendo que não foi repetida nem a nota mais alta nem a mais baixa. Na verdade ELES REPETIRAM A NOTA DO JURADO QUE SENTOU AO LADO DE ONDE O JURADO AUSENTE DEVERIA ESTAR SENTADO, isto é, minha quarta nota foi sorteada aleatoriamente, questão de sorte ou azar. No meu caso, azar.
TENTEI argumentar que o resultado foi injusto, pois eu nada tinha a ver com o atraso do jurado, sendo que o correto (na minha opinião) seria que eu fosse julgada pelas TRÊS notas que recebi, ou anular a nota do referido jurado para todos os candidatos do concurso. Ela não deixou eu terminar nenhum dos argumentos, repetindo o tempo todo que eu não tinha sido injustiçada porque, bem ou mal, eu recebi uma QUARTA nota como todas as outras bailarinas, e que ela estava com muita pressa... A conversa acabou quando eu pedi, educadamente, que ela me mostrasse no regulamento onde estava essa regra. A resposta foi esta:
“QUEM MANDA AQUI SOU EU. NÃO VOU ALTERAR NENHUMA NOTA.”
Informei que o assunto não terminaria ali, pois eu procuraria meus direitos. Neste momento ela disse que já me conhecia do ano anterior e que lembrava da minha falta de educação no II Brasil em Dança, ocorrido em 2010. Assustada, respondi que esta foi a 1ª vez que participei do Brasil em Dança, que NUNCA sequer assisti ao espetáculo. Nem eu, nem minha escola. Neste momento, com o saguão do Teatro do CIEE lotado, ELA DISSE QUE EU ESTAVA MENTINDO. E mais, tentou convencer minha professora que eu estava mentindo. Agradeci pela atenção que recebi e fui embora.
Eu teria muitas outras questões para discutir com a direção do evento, como por que só havia uma jurada especializada em Dança do Ventre? Por que a única jurada de Dança do Ventre convocada para o festival possui somente quatro anos de experiência na área (o que corresponde a metade da minha experiência)? Por que eles trocaram a categoria para a qual eu estava inscrita no dia da competição (de Dança Oriental passei para Folclore de Imigração), sem dar nenhuma explicação?
São muitas perguntas e somente uma resposta:
“QUEM MANDA AQUI SOU EU.”
Constrangimento, desrespeito, pouco caso, decepção, frustração e tristeza são algumas das palavras que descrevem a situação pela qual passei.
Quero frisar que não vejo nenhum problema em tirar o 3º lugar, desde que minhas notas correspondam a tal colocação. Friso também que em nenhum momento quis prejudicar a colega que ficou em 2º lugar, visto que a alteração da minha média não alteraria a colocação dessa colega que, por sinal, conheço há muito tempo e considero uma ótima bailarina.
Desculpem a extensão do texto, mas eu precisava desabafar. Agora entendo por que cada vez diminui mais o número de grupos de Dança do Ventre em festivais. Eu e a escola da qual faço parte JAMAIS participaremos novamente do festival Brasil em Dança, simplesmente porque o que vale não é o regulamento e sim a vontade da direção do evento.
Colegas bailarinas, pensem muito bem antes de se inscreverem, em 2012, para o IV Brasil em Dança. Espero, sinceramente, que ninguém mais passe pelo que eu passei.
Seher Azah
